Nós, como estudantes de jornalismo, devemos compreender o importante papel que nosso trabalho irá ter na sociedade. A imprensa, ou o “quarto poder”, como definem algumas teorias, é uma poderosa ferramenta na construção de opiniões. E, como conseqüência, nas tranformações sociais. Ela pode provocar impeachments, causar revoluções ou até mesmo resultar em guerras. Portanto, deve ser utilizada seguindo a responsabilidade ética. O verdadeiro jornalismo é baseado na verdade, na apuração dos fatos, na imparcialidade e na amostra dos dois lados da notícia. A credibilidade do jornalista deve estar sempre acima de suspeitas.
O filme “O preço de uma verdade”, baseado em uma história real, nos mostra claramente o que não devemos fazer no jornalismo. Conta a história de um jovem que sonhava ser jornalista, trabalhar em grandes veículos de comunicação, ser conhecido e admirado. E conseguiu. Stephen Glass se transformou em um conceituado jornalista da revista The New Republic. Glass escrevia artigos sobre coisas cotidianas, fatos curiosos e engraçados sobre os quais as pessoas se interessam. Era um rapaz cordial, que gostava de agradar os colegas e adquiriu a admiração de todos. Os artigos de Glass eram sempre os melhores, o que despertava até mesmo ciúmes em seu ambiente de trabalho. A apresentação de suas pautas era sempre feita de uma forma dinâmica e que prendia a atenção. Por isso, outros jornalistas sentiam-se constrangidos por não conseguir superá-las. Um dos seus mais famosos artigos, o “Paraísos dos Hackers”, contava a história de um hacker adolescente que descobriu como entrar no sistema de uma grande empresa. A empresa, sentindo-se intimidada, contratou e aceitou todas as exigências do invasor.
A carreira de Glass ia muito bem, até ser desmascarado por Alan Penemberg, um jornalista da revista Forbes. Ele descobriu que o artigo fora inventado. Glass ainda tentou inventar uma empresa, criando um falso site. Também pediu para seu irmão se passar pelo suposto hacker pelo telefone, para tentar encobrir a mentira. Após várias contradições, o editor-chefe da The New Republic, Chuck Lane, decidiu investigar todos os 47 artigos escritos por Glass. Descobriu que havia mais textos que não eram verdadeiros. Glass confessou que 21 dos artigos escritos por ele eram pura ficção. A revista publicou uma nota se desculpando pelo caso e demitiu Glass. Hoje, dificilmente algum veículo de comunicação o contrataria.
Glass dizia que o jornalismo é a arte de captar o comportamento das pessoas, porém, esqueceu de analisar o seu próprio comportamento.
Um comentário:
Ótimo texto. Fique até com vontade de assistir ao filme. Vc locou ou tem ele em casa? Se tiver, me empresta?
Bjs!
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